segunda-feira, setembro 16, 2002

Fui jantar com a família em comemoração ao aniversário de casamento do meu vovô e minha vovó(46 anos) e de aniversário do meu tio(45 anos).Foi num hotel bacanoso perto do Copacabana Palace e tal.A torta de maçã tava ferona.
Lá pelas tantas,comentávamos sobre uma cidade do interior de Minas Gerais chamada Lima Duarte.Uma cidade muito pitoresca.Minha mãe havia ido lá à trabalho e ficou hospedada numa pousada gay que costumava ser um motel,acredita ela.Poderíamos parar por aí,já seria um assunto interessante,mas a pousada rendia mais assunto:
"A pousada tinha umas placas hilárias.Tinha uma inacreditável que a gente teve até que bater foto,dizia 'Obrigado,Sol,pela sua atitude verão' !"
"HAHhhahAhHAhAHHAhaHAH"-família inteira rindo
Neste momento um garçom estava servindo vinho à minha avó,que disse:
"hahaha...Bem coisa de viado mesmo,né?"
Aí pensei...E se o garçom fosse viado?Tivesse ouvido aquilo,se sentido humilhado,com vontade de falar algo,mas sentindo-se indefeso e descriminado duplamente por ser garçom e viado.Bateu aquele sentimento em mim semelhante ao que sentia quando vinha um mendigo ao meu carro e pedia dinheiro pra passagem de volta pra casa dele à minha mãe,a qual dizia não.Me sentia muito mal,com úlcera e vontade de chorar,afinal o menino se não fosse pra casa não iria ver a mãe dele...Era foda.
Fora que essa relação toda de empregado/patrão é uma coisa muito bizarra pra mim.Não consigo dar ordens pra ninguém,tipo mandar pegar um copo d'água,sempre peço e tal..sei lá..eu sou estranho.Eu acho.
Então,po...foi mal,garçom.