terça-feira, dezembro 13, 2022

Coisa linda a busca pelo irredutível. Ir se livrando dos pesos e do que não cabe mais em você, fazendo o milagre de se tornar maior através da subtração.

Acho que você entrou nesse processo, Artur. Nossas últimas conversas quase todas giram em torno da inevitável distância que se criou entre nós dois. É comemoração de ter o que falar "tantos posts nesse ano!", que, sim, mostra uma vontade bonita de estarmos juntos, uma apreciação pelo que temos, mas no fim é mais evidência de que não estamos. E tudo bem. Foram 20 anos. A maioria deles de muita troca. As vezes até relevante! :P

Como tudo entre nós dois é aqui, no texto, esse é pra deixar claro: acabou. É o fim.

Só que o fim pouco significa, porque o tempo é elástico e cíclico - eu devo ter falado em algum momento sobre isso; eu devo ter falado já sobre tudo que eu posso falar aqui e é por isso que-- caraca, que metonímia to fazendo dentro do próprio post. É sinal de que devo continuar?! Foi só dar esse susto que a verve criativa voltou! Aí vamos nós; rumo a muitos posts geniais!

Não. 

Enfim... tudo está mudando o tempo todo e os fins são inícios são fins; the end has no end. O que não há mais é essa co-dependência. Você é um elfo livre. E nossa história continua; é interminável. Seja em reprises, seja em novos capítulos que podem até surgir entre nós dois, quando nos encontrarmos na energia de produção de novos conteúdos. Mas é um outro momento. De definitivo só o passado e pra ele existir (e com ele introduzir um futuro, dando fim ao presente no qual nos encontramos) é preciso dar um ponto final.

Ou, no seu caso, um negrito.

terça-feira, dezembro 06, 2022

quarta-feira, novembro 09, 2022

Existe algo como conhecer demais uma pessoa e isso ser ruim? O novo é sedutor. O conhecido é sem graça. E aí o que se faz? Você não se entrega total para que a outra pessoa não conheça tudo sobre você e o interesse morra? Afasta-se pra criar distância e com isso criar novidades que seduzem? Confia-se, "deixa viver" solto que "se for seu volta" e vive-se à vera pq assim se consegue - se não o reencontro - seguir em frente?
Já te digo.

sexta-feira, outubro 28, 2022

 2022 é o primeiro ano em muitos, muitos mesmo, onde não vou acabar dizendo "nossa, passou rápido".
e essa noção eu tive primeiro já no segundo trimestre do ano.

2022 teve uns 5 anos dentro dele. O ultimo mês sozinho foi 1 ano. Os dois meses anteriores são equivalente a 3 anos. É uma progressão geométrica reversa.

Acho massa. Importante.

domingo, setembro 11, 2022

que panico, tem que mandar o imposto de renda até o dia 15 e hoje é 11

eu nao sei fazer isso. uma pessoa morreu aqui em frente de casa e eu vi o momento. eu to com covid. minha reviravolta de vida que foi suada deu 180 como sempre e voltei a esse lugar de merda. mas foda-se, eu nao posso me esconder nessas "besteiras", tenho que ser adulto pq estou devendo ao mundo e o mundo nao me deve nada. estou acompanhado do mundo inteiro em estar completamente sozinho. socorro.

terça-feira, abril 12, 2022

Não falar com você vai contra a minha natureza. E acho que vc se identifica com isso. Em novembro você escreveu sobre isso. Eu não quero. Mas to tentando qualquer coisa pra ficar bem. Só que já não acho que vale.

Eu li msg de whatsapp de menos de um mês você falando que tava com muita saudade, que queria muito eu contigo aí. Essa é a verdade, o amor sempre é verdade, porque a gente não consegue fingir/maquiar isso. O que tá acontecendo agora é um bando de escudos de defesas que nascem do medo e da angústia. 

Eu só agora to conseguindo olhar de fora pra tudo, ver um ciclo que se concluiu, da vinda pros EUA. A gente deu as mãos e falou "vamos deixar tudo pra trás e nos apoiaremos até conseguir construir tanta coisa quanto já tínhamos no Brasil". Eu, por alguns motivos, não consegui fazer isso ainda. A gente chegou, eu fui fazer os youtubes pra gente poder ter dinheiro e se estabelecer. Esperando o visto, aí deu aquela merda toda, tivemos que voltar; eu fiquei parado fazendo o processo todo - aí já foram 2 anos de trabalho interno, sem expandir. Você não precisava se preocupar com isso, tava fazendo contatos, conhecendo gente e eu ficava e ainda fico muito feliz por isso. Depois, resolvido o visto, mas descapitalizados, fui trabalhar no site de real estate. Não havia expansão ali nem de carreira nem afetiva; era uma cidade longe com pessoas muito diferentes. Era um trabalho onde a troca era estritamente o dinheiro, a responsabilidade que eu tinha com a nossa base/fundação pra dali construir. No meio do caminho, você estava cansada de ser assalariada; queria sua própria empresa. Assim foi, eu permaneci no trabalho, até que no fim do ano eu saí de lá pra retomar minha carreira, que já não era há 3 anos prioridade em minha vida. Precisava disso pessoalmente - nós entendemos hoje - mas principalmente para podermos renovar o visto e assim ganhar mais tempo para que nossa base/fundação seguisse firme pra construir tudo que almejávamos.

Comecei o Polling Life e entendemos (entendi?) que aquilo podia ser o que nos garantiria mais um visto. E eu gostava - embora também não construísse relações no mundo físico. Mas com 6 meses, o peso e a responsabilidade do dinheiro (e acho que outras coisas) começou a pesar demais em você. Nossa união foi posta em cheque. É claro que eu faria qualquer coisa pra que isso não acontecesse. Imagina; eu larguei tudo que me constituía pra trás, dando a mão pra você, dizendo "eu consigo fazer isso porque você sozinha vale tanto a pena quanto todo o resto". Não ter você também... qual o sentido? É óbvio que eu largaria Polling Life pra que você ficasse feliz, porque o plano era eu e você making it. Do que valeria ter deixado tudo no Brasil se o final fosse esse? Independente disso, eu te amo muito, cara. Seu sorriso sapeca ilumina qualquer dia nublado. Seu carinho revigora minha energia. Não acredito numa vida sem você sendo melhor. Possível, pode ser. Melhor? Nunca. E você sabe que o mesmo se aplica a você em relação a mim. Que de todas as variações de vida que você viveu, quando a gente permite encontrar o melhor da gente, é algo inigualável, necessário, que a gente não quer e não deve viver sem. Só temos nos "protegido" demais. Subido escudo atrás de escudo, por algo que acho que não é culpa nossa, que não sou eu que to provocando em você, nem você que tá provocando em mim. A gente é aliado, a gente quer o bem um do outro. A gente se ama. E não existe amar de longe. Amar se faz junto, no viver.

Depois disso tudo, o grande baque que não se resolve nem mesmo depois dos acordos. A descoberta que nosso compromisso era diferente. Que sua forma de amar era inclusiva. Eu venho ainda aprendendo a ver dessa bonita forma, mas - no meio de tudo que estava acontecendo e tracei aqui desde nossa saída do Brasil, abandonando juntos tudo que tínhamos - foi/é muito difícil, pois o pequeno chão/base/fundação que tinha ruiu debaixo de mim. Onde posso colocar o pé agora? E isso acontece numa pandemia - com fascistas em tudo quanto é lado, com tecnologia nos viciando, mostrando tudo que não temos e não podemos) numa viagem de van pelo desconhecido (num momento onde estou há 4 anos só no desconhecido; você foi ao Brasil todos os anos, eu nunca. E por cuidado, por saber, no meio disso tudo, que se algo acontecesse - e tamo vendo que sempre pode acontecer - com meu visto, seria muito problemático pra você e pra nós. Um sacrifício em respeito, com responsabilidade e, sempre, amor e carinho por você e nós dois). 

De repente voltamos pros EUA e desde então, com os traumas do México, escudos a total força. Já não nos encontramos. Eu começo a terapia pra trabalhar em mim e melhorar e conseguir exatamente ver o todo, sair desse mundo pequeno (mas super complexo e pesado) que minha vida se tornou. É um processo. As vezes eu errei tentando forçar decisões que me prevalecessem porque no nosso desencontro você estava focada em se salvar e a gente já não conseguia conversar e se abrir e se cuidar por diversos motivos. Fizemos terapia em casal por muito pouco tempo e de uma maneira que acho que não foi muito séria. Podíamos ter feito mais, com mais frequência, por mais tempo. É simbólico. Mostra a vontade de fazer funcionar. Ficou claro que cada um tinha um chão. E talvez pudéssemos construir uma ponte que unisse esse chão? As coisas infelizmente não me ajudavam a construir essa ponte. Rolou o visto, demorou mas rolou o dinheiro do trabalho-- só pra parar de vir o dinheiro do trabalho. E isso me enlouquece. Talvez em outro momento não? Mas eu preciso muito disso, por mil motivos, dentre eles esse; construir a ponte, construir nosso chão de novo. E mesmo nisso tudo, entre os meus e os seus surtos com mais novos baque e dificuldades (cara, a gente passou e passa por muito e acho que a gente não acknowledge isso; a gente é muito duro conosco, individualmente e um com o outro) houve um momento aqui e acolá em que a gente se encontrou mesmo que não por inteiro e teve um pouquinho daquilo que é tão bom quando você e eu estamos desarmados e dispostos a nos vulnerabilizar diante ao outro. 

O doido é que quando você foi (eu li agora essa msg) você disse que comentou com alguém o quanto parecia que a gente se amava mais do que nunca hoje. A gente se "odeia" mais do que nunca também? Será que as dificuldades crescem proporcionais ao nosso amor? Mas ódio é circunstancial. Amor é permanente. Eu te amo muito. Eu quero muito viver nosso amor. Eu quero muito acordar e estar animado com o que vem pela frente. Eu não tenho mais nada disso. Eu deixei pra trás um mundo - que seguiu andando sem mim - e o que eu tinha parece estar ruindo. Só há um buraco embaixo. Por que a gente faz isso? Por que a gente não se abraça? Minha vó... parece que tudo que vale a pena tá me deixando. Eu to tão sozinho. Eu te amo tanto.

sábado, fevereiro 26, 2022

 Que tristeza é o sentimento de que você nunca mais será feliz na vida. Que desesperador o fato de que isso é só triste e não desesperador.

quinta-feira, janeiro 13, 2022

Lá vou eu buscar a Luisa no aeroporto.
Lá vou eu aproveitar a boa vontade do tempo longe pra focar nas partes boas, até que a parte ruim volte a se fazer presente. E cada vez ela se faz presente mais rápido. Um eterno groundhog day que cada vez é mais curto.

Há duas maneiras de ver isso.

sábado, janeiro 08, 2022

Ontem antes de dormir, assisti mais um episódio do genial "How to with John Wilson". O episódio da vez era o adequadíssimo "How to remember your dreams". Eu vim pensando uma vez ou outra o quão pouco eu sonhava e como ultimamente meus sonhos estavam ainda mais escassos. Ou então, como ele bem diz no episódio, eu só não tava lembrando, afinal, a média humana é, supostamente, de 4 sonhos por sono de 8 horas. Lo and behold, eu acordo hoje e não só sonhei, como me lembro e venho aqui relatar - apesar de que, sim, lembro de 3 sonhos e o quarto eu não lembro.

Na real, talvez tenha sido um sonho só, daqueles que você entra num buraco da parede de casa e sai numa porta de um avião, mas enfim, deixa eu focar num sonho/parte, porque eu achei muito doido - como pode um sonho fazer isso?

Eu estava em algum lugar com o Neil Drake, aquele americano que microdose LSD, tem uma kombi chamada "fofinha" em Foz do Iguaçu, namora a Bella, uma brasileira gatíssima, tem um dog Hurley velhinho, pesca peixes gigantes e viaja pra Antártica onde tira fotos iradas de natureza. Sim, ele em si é material de sonhos, pois os signos que o representam são todos malucos e misturados. Enfim... acho que porque eu comentei ontem que achava curiosa essa linha de conteúdo de instagram/tiktok de "gringos comentando como é ser gringo no Brasil/ensinando inglês", acabei juntando as coisas e sonhei que ele chegava e falava "Como é to speak with the torchlight em português?"

Pra quem não sabe, to speak with a torchlight é uma expressão que significa algo como "falar privadamente, falar algo confidencial, que requer atenção". Torchlight = aquela tocha de fogo que as pessoas carregavam antes de ter eletricidade, afim de iluminar os lugares. Então, permaneceu a expressão até hoje de, quando necessitar falar algo "aqui entre nós", um assunto que requer atenção e até sigilo, falar "we should talk; but not here. We should speak with a torchlight"

Exceto que... não. Não existe essa expressão. Eu procurei no google por algum motivo. Mas no sonho, aquilo fazia todo sentido. Ele perguntou isso e eu tive dificuldade de achar um equivalente em português, mas não de entender o que essa expressão que não existe significava. Era tipo óbvio, domínio público.

Quão doido é isso?

Muito podia falar sobre isso, mas acabei de acordar. Não tenho a força nem a destreza cerebral pra tal. Porém, dentre essas muitas coisas, a que vou escolher focar é aquela história de que "build and it will come" do filme "Field of DREAMS"(!), que acabou sendo, inclusive, o final do episódio do "How to with John Wilson". Então está lançada a campanha para tornar essa expressão, que me parece fazer muito sentido, algo popular. Algo que não é só uma loucura de sonhos, até porque não é loucura at all.

Convido-vos através deste post a chamar os amigos para uma reunião importante pós expediente, onde você vai expor para eles uma coisa importante (a divulgação dessa expressão rumo à massificação). Mas, pra dar certo, não banalize. O ser humano gosta de um mistério; valorize a missão. Não fala de cara o motivo da reunião. Fala pro convidado pra ele não convidar mais ninguém e nem postar na internet. Pede pra desligar o celular antes de você começar a falar. Afinal, você precisa de toda a atenção deles. Você não pode disputar com outros assuntos.

Você precisa speak with a torchlight. 

sábado, janeiro 01, 2022

Sneaky... 2022!

Porque o relógio do artur ainda tá no Brasil, apesar de ser 10:38 em Miami, ele deu esse ultimo post como primeiro de 2022, meia noite e 38. 

Ha! Gostei. Chupa, 2021!

Que seja um bom presságio. 2022 é um ano importante: VINTE anos de artur!

Vou me empenhar pra fazer um livro com os melhores posts daqui. Merece. Tomara que valha a pena.

Sneaky 2021 acabando com um dia lindo de praia, solzinho, produtividade, pra gente achar que vai ter saudade. Mas não vai. E nem sei se isso significa que 2022 vai ser rmelhor. Precisamos mesmo de um ano novo? Todo ano parece que piora, ultimamente. Não lembro de um ano novo recente que foi melhor que o anterior. Eu taria de boa com algum ano usado. 2007, 2011, 2012, 2014... hell, 2010 parece bom em comparação com os atuais.

Sneaky 2021 também sinalizou uma solução aos meus problemas pra falar "ha! to de brinks; volta 3 casas, otario".

Esse foi o ano mais sozinho da minha vida. Nunca me senti tão sozinho. Eu podia ser sozinho. Mas era por opção. Tinha gente querendo, eu que ficava/gostava de ficar sozinho. Agora pago o preço. Vou passar não só o reveillon sozinho, como os quatro próximos dias. Tomara que eu aprenda. Que essa raiva misturada com tristeza, angústia e overall sentimento de quem está completamente perdido me consuma de tal forma que eu finalmente trace uma linha e dê um basta a essa merda que tem sido minha existência. Que eu ganhe coragem e certeza, pois estou perdido e covarde perante a tudo. Medo de perder o que já não tá valendo mais nada. Mas aí eu volto pro lance do ano usado: quem me garante que isso, mesmo sendo essa merda, não é as good as it gets?

Whatever. Sei nem o que dizer. Escrevi e apaguei milhões de coisas. Não consigo nem concordar comigo mesmo. Esse é o efeito desse ano em mim. O ano que fui tão abandonado que me abandonei também. Ai tadinho, pobre coitado esquizofrenico filho da puta. Fica sozinho pra se fortalecer na pena dos outros. E ainda põe a culpa num "ano". 

Enfim...

Vaza 2021! 2022 favor não me faça ter saudades de 2021.