segunda-feira, novembro 30, 2015

Eu odeio Domingo. Podia existir um pílula que acelera o domingo, que faz logo chegar a segunda.  Modinha ridícula de falar que se odeia segunda. Segunda é começo, a maior dádiva. Você vê pessoas. Tem som. As coisas acontecem. "Então! E Domingo é o fim; melhor ainda". Não. Sabádo é o fim. Domingo não é nada. Domingo é o limbo. Domingo é só inércia. Nada pode ser resolvido num Domingo. Nada de bom pode acontecer num Domingo. Domingo é tão ruim que eu enrolei escrevendo pra quando postasse já fosse segunda. Porque escrever é criar e nada se cria num Domingo, só a destruição.
 
Eu acho que nunca vou morrer. Mas se um dia acontecer, aposto que vai ser num Domingo. Eu sentirei minha barriga queimar, meu sorriso minguar, o som diminuir e o tempo parecerá não passar... E eu não vou saber distinguir se morri ou se é só mais um Domingo.

quinta-feira, novembro 19, 2015

Minha geração sofreu grande publicidade dos malefícios de se tomar drogas, beber alcool, ouvir pagode etc. mas nunca houve o outro lado, o existencial, fazendo propaganda dos malefícios de NÃO fazer essas coisas. Essas coisas todas matam, dão câncer, mas equilibram um pouco o vazio, fazem a vida ser suportável por alguns momentos. Ou pelo menos eu imagino que sim. Não sei, fui programado pra refutar tudo isso e, como bom menino, assim o faço.