segunda-feira, julho 28, 2014

Por que apologia à coisas ilícitas é um crime no Brasil?
Apologia = discurso encomiástico (= laudatório = que louva ou que encerra  louvor)
Logo, apologia é apenas uma defesa de um ponto de vista e a aderência do mesmo pode variar de grupo pra grupo. Mas fazer apologia é diferente de agir. Apologia é defender um ponto de vista que se encerra em si. Crime é uma ação que se encerra no outro. SEMPRE. Não tergiverse e diga que a apologia de um ponto absurdo (pra você) se encerra em você, pois você se sente atingido. Sim, VOCÊ se sente atingido. Racionalmente é isso. O "passar de recibo" é opcional. Já com um crime, não. Um crime, qualquer que seja, só existe se, necessariamente, saiu do domínio de uma pessoa e atingiu a(s) outra(s). É uma ação que necessariamente saiu de um patamar individual.
Mas tergiverso eu. Voltando:

Desta forma - sabendo que apologia = defender um ponto de vista - quando você torna "apologia à X" um crime, automaticamente você está dizendo que: defender um ponto de vista é um crime. Ter uma opinião é um crime.
Sim, porque, se "depende de qual opinião"... então não é opinião at all, amigo.

A liberdade de expressão e pensamento pressupõe liberdade; e a redundância na frase é proposital de tal forma que nem é redundante. Não é como Sol/Chuva, Verde/Vermelho... conceitos imutáveis que sempre serão esses. Certo/errado, bem/mal (e até lícito/ilícito) são conceitos que variam de pessoa a pessoa e no espaço-tempo; são todos eles feitos/percebidos por seres humanos, esses bichos que mudam constantemente.

Acho sintomático isso, o quanto não entendemos esse conceito. Somos um país com tremenda dificuldade de entender o sentido real sentido da liberdade. A liberdade que só existe quando o outro tem o direito de falar bem ou curtir algo extremamente desagradável a você e vice-versa. Mas acho isso muito natural, haja visto que somos um país bebê ainda. Os Estados Unidos, o país que mais entende o sentido de liberdade no mundo, não só tem isso lindamente sublinhado em sua constituição, bem como em sua Constituição - o que é o sistema Federalista se não uma lição de união através das diferenças? - como age desde cedo para reiterar e propagar esta noção. Sempre em seus colégios existe uma equipe de "debate", você deve ter visto em filmes. Claro, tem o "simples" exercício cognitivo e oratório que ajuda a preparar o aluno pro mercado e bla bla bla, mas, mais importante, estas equipes de debates ajudam a deixar desde cedo na cabeça do jovem americano o verdadeiro conceito de liberdade. De debater idéias. Força-os a enxergar o lado oposto para compreender melhor o seu, às vezes até defendendo idéias das quais você não nutre paixão.
A opinião de alguém (mesmo que seja de muita gente, pra não dizer geral) é só uma opinião. E eles tem direito a tê-las. Mesmo que seja muito estúpida e ofensiva. Enquanto fica no campo das idéias, pode não fazer bem (depende do que o "ofendido" vai fazer com aquilo), mal com certeza não faz. Se "tem muita gente que teve pouca educação que não pensa por si próprio e vai ser influenciada!", não vai ser cerceando pontos de vistas, apologias etc. que essas pessoas vão ter ferramentas pra conseguirem "pensar por si próprias".
Então acho mais prático trabalhar em não se ofender tanto. É aquela história: quem vê de longe uma pessoa discutindo com uma pessoa estúpida não sabe dizer qual das duas que é a estúpida...
Falar e fazer são coisas bem diferentes. Mas BEM diferentes. E tem que ser tratado assim. Cada uma com sua importância e força.
E o mais curioso é que aqui fala-se muito e faz-se pouco, quase nada.
Levando todas estas especificidades de liberdade em consideração... tem como irmos para algum lugar que não a inércia?
Fica aqui, então, minha apologia à apologia.

domingo, julho 27, 2014

Não é o inverno mais frio, mas é o mais... "durável".
Tipo, sempre tive como característica climática do Rio a imprevisibilidade (ou seria amplitude?). Não é exagero nenhum estar chovendo e frio num dia e no outro super ensolarado e quente. Já vi zilhões de vezes. Mas este inverno está bem consistente. É frio todo dia, sem descanso. O que varia é se chove ou não. Sendo que tem chovido bastante.
Não é o assunto mais importante que mudou a sua vida, mas pelo menos estou escrevendo alguma coisa. As vezes é tipo exercício mesmo, me forçar a escrever aqui qualquer coisa e, com isso, desatrofiar o músculo de texto para o blog. Então, no fim das contas, a escolha do tema é até metafórica.
Should we talk about the weather? Hi! Hi!

quinta-feira, julho 24, 2014

Não demorei isso tudo pra fazer a resenha dos McFavoritos da Copa por precisar de mais tempo para digerí-los. É bem o contrário. Demorei porque... o que há pra falar sobre eles?
A boa verdade é que os Favoritos já não fazem mais sentido hoje em dia além-marketing. Explico: quando lançado, láááá em 2002, o McDonalds tinha apenas as suas promoções fixas (numero 1, 2 etc.). Eram aqueles sanduíches e pronto. Fim. Não era como hoje em dia que, de 6 em 6 meses (no mínimo) tem uma novidade. Pra ser bem accurate, de "diferente" só tinham surgido - e por tempo limitadíssimo - aquele McBelo e McBueno, que eram bem qualquer nota. Então, imaginem o groundbreaking...nismo! Eis o McFavoritos, trazendo não um, mas SETE sanduíches novos pro cardápio. SETE! E não eram sanduíches normais, variações sob o mesmo tema. Tivemos pela primeira vez carne de porco (McBrasil com hamburger de calabresa)! Queijo diferente de cheddar ou americano (McFrança e outros)! Condimentos como peperoni e, claro, o mais importante, vocês sabem: P-Ã-O B-O-L-A!
Era a glória! Crianças faziam fila para provar a novidade. Adolescentes sem grana xingavam o colégio por não fazer aula a tarde na quarta-feira, dia em que eram obrigados a comer fora, de maneira que nunca conseguiam comer o McFrança, dependendo do dia/sanduíche, não se encontrava, tamanha a demanda. Não tinha para album de figurinhas, a diversão da Copa era o McDonalds.
Corta para 2014.
Mesmo sabedor de tudo isso, imagino eu, o Departamento de Marketing (ou sei lá quem que controla essa ação) foi lá e fez sanduíches tão... iguais. Sem a menor graça. Tipo, não é que o gosto deles sejam ruins. São bons, mas... e daí?
Toda vez que acabava um sanduba esse ano eu perguntava "Ok, mas... e daí?"
Não apostaram em nenhum país doido como já houve McArábia, Inglaterra com Fish e molho de limão, Japão com teryaki gênio e Uruguai (estão presos ao pé da letra do conceito "favoritos"? Não deviam...), ou em nenhum ingrediente doido pertencente àquele país. Pelo contrário! Alguns sanduíches pareciam repetição de outros anos. Qual a grande diferença deste McFrança pro primeiro? O McBrasil desse ano não é a mesma coisa que o McArgentina de 2006? E o McAlemanha, que é sempre uma variação da mesma coisa? O McUSA nem se fala, mas acho tranqui também ser assim, pois é quase um comentário, uma redundância dentro de uma redundância, já que o McDonalds é todo, USA.
Na Copa mais "lúdica" possível para nós, os caras resolveram jogar seguro. A maioria dos sanduíches traz o tal do "Angus beef", o burger da moda. Mas o que tem a ver com o Brasil essa porra?! Até o ano passado tínhamos calabresa 02, calabresa 06, pernil 10 e agora essa merda. Todos anos tinham a ver culturalmente falando. Menos esse. Lembro de um McEspanha que era de Alcaparras e filé de merluza. Não vou amaciar meu approach: era uma bosta. Mas eu dou mó valor pelo que ele representava. Tenho certeza que ele vendeu bem e até que um monte de gente achou gostosão.
A única boa notícia era que o Pão Bola voltou a ser maioria no cardápio. O McItália, que não mudou muito, também tava interessante.
Ah, McDonalds... eu sempre acabo voltando pra dar mais uma chance depois de muito tempo... e você sempre acaba me frustrando. Agora até na parada mais legal que você faz.

O doido de tudo é reparar que é a quarta vez que resenho essa parada. 3 aqui e a primeira (2002) na época do saudoso cincominutos do Sedro Pouza.
Tá velho, Artur.

sexta-feira, julho 11, 2014

Acordamos tarde, misto quente, transadinha, dormimos, tomamos banho, dormimos, stogonoff, Candy crush/House, brigadeiro, dormimos, produzi de leve, pizza, Candy crush/House, Luisa dormiu, revisei a monografia dela um pouco, escrevo este post/House e daqui a pouco devo produzir mais e dormir.
Passamos o dia todo como vermes, sem sair... evitando fazer qualquer coisa não-passiva de tal forma, que agora fui comer um brigadeirinho e simplesmente não tinha colher. O que fiz? Comi com a mão.
A que ponto o ser humano chega...
Amanhã, se tudo der certo, pretendo repetir a mesma programação.
Eu adoro, eu me amarro.