quinta-feira, dezembro 31, 2015

Não quero acabar o ano com o último post, sendo negativo. Se tem uma lição que acho que 2015 sedimentou para mim é que não há tempo a perder com essas coisas. O que mais quero (não de 2016, mas pro resto da minha vida) é nunca viver a vida dos outros; sempre viver a minha vida. Então vamo nessa. Diversificando, provando coisas boas, cultivando coisas melhores ainda e executando o que me parecer necessário, perdendo o mínimo de tempo possível com o que não me cabe. Life is good! Let's live it.

segunda-feira, dezembro 28, 2015

"2016, o ano que vem pra ficar"
Este é o slogan da prefeitura (eu acho) do Rio para a virada do ano e eu simplesmente não entendo ele. É meio apavorante. Ele vem pra ficar? Pra sempre?! Vai rolar um "Feitiço do Tempo" e todo dia acordaremos em 2016?! Nunca mais trocaremos para um novo ano?!
Idéias de "gênios" como essa sempre me fascinam. Não tanto por quem as dá; brainstorm é assim mesmo... você fala um bando de merda; faz parte do processo jogar tudo que tem de tosco fora até chegar a uma idéia maneira. O que me deixa fascinado é quem ouve uma asneira dessa e fala "Taí! É isso!". Será cansaço, impaciencia com o processo ou nível fraco mesmo? E o pior é que esse broder que aprovou isso provavelmente ganha uma baba pra fazer esse serviço, pra dizer que "o ano que vem pra ficar" é o melhor slogan que eles poderiam criar!
Eu entendo que slogans são quase fins em si mesmos; se espremidos nem sempre farão muito sentido. Mas esse tá de parabéns. Tipo "Um ano como nunca antes visto" é redudante, né? Vazio até. Mas tudo bem. Agora, um ano que vem pra ficar é apenas confuso, pois se é pra dizer que ele vai marcar época você apenas fala "Um ano que vai entrar pra história" ou algo assim. É redundante, mas é sonoro, positivo e plausível, cientificamente possivel e artisticamente viável. O ano que vem pra ficar é desconcertante num jeito errado, tira sua atenção da missão e te encaminha a sentimento opostos aos desejados.
Mas pelo menos vão usar em 2016. Fato que se usassem em 2019, iam dizer que era uma estrategema da Dilma e do PT tentando trabalhar na população a legitimização de um golpe para que nunca houvesse eleição e eles se perpetuassem no poder e Zzzzzzzzzzzzzz...

quarta-feira, dezembro 09, 2015

Fico pensando como é a logística de gravação desses mil programas das Kardashians... Que pesadelo! Será que tem tipo um supervisor desse "shared universe"? As equipes de cada show se conversam? Porque imagina... a Caitlin Jenner vai ser homenageada e chama a Kim Kardashian pra assistir. A cerimônia vai ser num jogo de basquete com Lamar Odom. Aí tem três seriados diferentes; qual camera crew de quem que vai cobrir? Será que chegam no lugar várias e elas se estranham e de repente rola porrada tipo a guerra dos News Teams de "O âncora"?

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Como eu marco médico/dentista? Procuro quais ficam no mesmo bairro que eu e vejo qual o nome que me chama mais atenção. Mas não encerro aí: se não atender ou o horário for muito ruim e longe, eu ligo pro próximo seguindo os dois primeiros critério (localização e nome). Triste pensar que o caboclo faz mil cursos de especialização e tralala lalala e o decisivo pra o escolherem é um misto de preguiça com sorte e gosto pessoal por nomes.

sexta-feira, dezembro 04, 2015

Impeachment, desemprego, pouca perspectativa, atraso, nada que não possa piorar mais... agora sim; esse é o Brasil que eu conheço.

segunda-feira, novembro 30, 2015

Eu odeio Domingo. Podia existir um pílula que acelera o domingo, que faz logo chegar a segunda.  Modinha ridícula de falar que se odeia segunda. Segunda é começo, a maior dádiva. Você vê pessoas. Tem som. As coisas acontecem. "Então! E Domingo é o fim; melhor ainda". Não. Sabádo é o fim. Domingo não é nada. Domingo é o limbo. Domingo é só inércia. Nada pode ser resolvido num Domingo. Nada de bom pode acontecer num Domingo. Domingo é tão ruim que eu enrolei escrevendo pra quando postasse já fosse segunda. Porque escrever é criar e nada se cria num Domingo, só a destruição.
 
Eu acho que nunca vou morrer. Mas se um dia acontecer, aposto que vai ser num Domingo. Eu sentirei minha barriga queimar, meu sorriso minguar, o som diminuir e o tempo parecerá não passar... E eu não vou saber distinguir se morri ou se é só mais um Domingo.

quinta-feira, novembro 19, 2015

Minha geração sofreu grande publicidade dos malefícios de se tomar drogas, beber alcool, ouvir pagode etc. mas nunca houve o outro lado, o existencial, fazendo propaganda dos malefícios de NÃO fazer essas coisas. Essas coisas todas matam, dão câncer, mas equilibram um pouco o vazio, fazem a vida ser suportável por alguns momentos. Ou pelo menos eu imagino que sim. Não sei, fui programado pra refutar tudo isso e, como bom menino, assim o faço.

quinta-feira, setembro 24, 2015

Tem umas séries/filmes/revistas em quadrinho que você sabe do potencial de ser foda (seja pela premissa, pelas pessoas envolvidas, pelo que pessoas respeitadas andam falando sobre...), mas sei la, vários motivos, você acaba não assistindo, protelando até por não ter disponibilidade (temporal, emocional...) pra se dedicar à esse viewership. Esse é o caso do "Louie".
Eu conheci o Louis C.K. numa época onde o Youtube era o melhor site do mundo (os anúncios e algoritmos destruiram um pouco ele, que ainda é foda, mas não fico mais com ele aberto o tempo todo) vendo pequenos trechos de stand up, participação no Conan etc. e pensei "nossa, esse cara é... diferente". Fresh. Quando rolou série dele parecia pule de 10 pra acontecer isso, mas nem deu tempo porque a HBO cancelou com uma temporada só o "Lucky Louie". Fiquei até aliviado, tipo "não preciso embarcar nessa". Se apaixonar e aficcionar por alguma coisa só é legal quando você já tá dentor da parada. Antes é necessário evitar. Ainda mais pra quem trabalha com isso. A gente se influencia muito. E é necessário e é bom, mas po, também ficar toda hora bolado com isso, sem sedimentar, mudando o tempo todo não dá. Então, haha que bom que você "falhou"! Menos uma série para me dedicar.
Aí ele foi pra FX fazer o "Louie" e po, a premissa é "Seinfeld" nos anos 2010... nada novo. E não deu certo a primeira vez no Lucky louie. Ah, deixa... essa aí nem vou ver.
Mas as temporadas foram passando, as pessoas falando que era muito bom... começou a entrar naquela zona que você não pode ignorar. Ok, lá vamos nós. Com a cara amarrada, sem saco, torcendo pra não clicar.
E pqp, não é tipo "uau, essa pode ser uma das melhores comédias de todos os tempos, hein?", acho que está acima disso. É papo de ser contender de melhor série de drama também. E de melhor filme, embora não seja filme. Acho que está acima das amarras de gênero, formato e até da arte. É vida. É necessário, é aula... é meio a sensação que tenho com The Wire. Acho que todo mundo tem que assistir isso, pra conseguir lidar com a vida melhor e ser uma pessoa melhor. Estou convencido que se o mundo assistir "Louie" conseguiremos alcançar a paz mundial. Tem que passar nas escolas e nas igrejas, nos canais de sacanagem e no horário político.
Acho foda como Louie é super realista e usa de artifícios surrealistas volta e meia (e eu amo) e não vende um conceito de felicidade impossível no mundo real. Louie não tem photoshop, saca? E sou um cara"o storyteller tem que dar esperança pras pessoas", mas como outcome da história, saca? Tipo, não tem porquê você contar uma história onde o cara vai, se esforça e no final se fode. Pra quê? A vida já é uma bosta. Pra quê dar essa liçãozinha? Vai se fuder! Mas eu (e a maioria dos storytellers e cultura como um todo) estamos sempre partindo de um mundo comum "bom, porém incompleto", onde algo acontece e muda tudo e o cara tem que lutar pra se melhorar. As "regras" são positivas, o outcome possivel. O irado do Louie é que o prêmio não vai ser super grana, uma gata gostosa, uma promoção. Life is shitty... but thats ok! Everyone's is. E também não deve ser levada tão a sério. É meio Schopenhauer com bossa. Não há mentira. Há surreal. O entorno todo é verdade pura, é o que vemos na vida e não o que é visto nos filmes, video clipes, ensaios fotográficos das musas e whatever else que a sociedade inventou para se satisfazer, mas nem precebe que, por ser inatingível, só a faz mais insatisfeita.

Geez... Pra alguém que supostamente deveria ganhar a vida  com palavras eu sou muito ruim com elas, né? Mas enfim, whatever, aqui é só pra mim, eu não preciso voltar, revisar, re-escrever e tentar melhorar, me fazer entendido. Eu sei o que sinto e tal. Yeah. Louie. Sinistro. Mudando a minha vida. Achando tudo incrível. E o bizarro é que a parada que falei do Seinfeld se mantem, não era erro não. Tipo... não tem nada de novo, mas é tudo novo. Conceito teoricamente é a parada mais importante, mas na prática não, porque não tem conceito que aguente um delivery fraco, mas foda-se o conceito se o delivery for muito foda. O que a gente consome é o delivery e não o conceito. O conceito só existe pra fisgar a atenção e aí nessa guerra por eyeballs as emissoras e produtores audiovisuais (e os pretensos ~artistas~ também) acabam esquecendo disso e só se concentrando em "chamar atenção" dos espectadores que, quando se viram pra eles, percebem; putz, não tenho nada pra falar.
Louie tem MUITO a falar e isso que é o doido. Como é que as pessoas tem algo a falar numa época onde parece que tudo já foi falado. Eu pelo menos só tenho vontade de ver e ouvir - vê-se pela quantidade de posts que faço ultimamente, né? - então dá licença que vou put my money where my mouth is e ver a nova melhor parada do mundo pra mim: Louie.

quinta-feira, julho 30, 2015

Estou sem vontade pra nada, morto, going through the motions, zombie-like, fucking fighting my way through all that needs to be done, including this post. I feel like I've done too much, now the world needs to do it to me. I want it easy. I'm a big fucking baby. Fuck this post. Fuck you.

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Este foi o último post que escrevi e nunca postei. Me deparei com ele quando entrei no blog pra escrever algo não muito diferente do que está escrito nele. There's nothing that I can say that I haven't thought before. Mas eu continuo pensando. Falando, talvez, menos.
Viver é um constante ato de teimosia.

sexta-feira, maio 15, 2015

08/12/2013. Eu, Lucas, Alexandre, talvez o Millosz também. Chegando ao hotel já noite adentro. Diversos momentos de muita falação, xingamentos, lamentações. Muitos outros mais de silêncio.

Este era um desses. Talvez até por precaução. Não de vergonha de ouvir alguma gracinha; quem é Fluminense bota o escudo sobre o coração sem qualquer embaraço. Faz questão, tem orgulho em qualquer situação (e já vivemos todas elas). Precaução por cansaço mesmo.

Foi um ano longo e conturbado, que, para nós do Marketing, havia começado pouco depois de 11/11/2012, quando, logo após sermos campeões dentro e fora de campo, com a primeira campanha de marketing planejada que desafiou todos os sensos comuns politicamente corretos do futebol e do povo brasileiro (o "Decida o Tetr4") e, de peito aberto, bem à moda Fluminense, bancou um título lá de trás, perseverou e deu certo, ouvimos do Presidente e do Jackson - em uma reunião que achávamos que seria para apresentar nossos belos resultados; afinal era a primeira vez que fomos chamados pra conversar com a presidência, que deixava-nos sem qualquer intervenção (e apoio, mas estou focando na parte boa)! - que éramos acéfalos e tudo tava errado e tudo que tinha que mudar.

Após meia semana de "why even bother?", de uma Peterzada clássica de trazer de volta alguém só pra mandar embora de novo, foi uma chuva de trabalho intenso. Com as próprias minúsculas pernas - por 10 meses o Marketing se resumia a Eu, Alex, Lucas e Mari -  sem ajuda do "poder", contra tudo e contra todos, de novo à moda Fluminense, fomos indo. Madrugadas bem gastas pra fazer em 2 semanas a então maior ação de marketing do futebol Brasileiro... que se tornou um "fiasco" graças aos joguinhos de poder ("Ocupação 41") do Jackson, à inoperância política da Flusócio, a maluquice do Peter e a nossa cabacice também.

Mas tudo bem, seguimos em frente. Fizemos Tricolor em toda Terra em diversos novos lugares. Estreitamos de vez os laços com o Departamento de futebol, cada vez mais aberto ao Marketing, mesmo com toda a dificuldade imposta pelo Jackson, que nos travou de novo por uns bons 3 meses com o Mickey e seu comercial de 110 mil (ou mais, estipulo) que mobilizou todo o time (literalmente) e nunca ganhou a luz do dia. Mas a gente era teimoso e fez um novo com o Fred, recém artilheiro e campeão da Copa das Confederações, no novo Maracanã (o primeiro clube a fazer e assim seguir o plano de "apropriação" da nova casa) por quase metade do preço (65 mil), verba que arrecadamos por meio das ginásticas financeiras GENIAIS que só a Mari consegue fazer. Fomos tirar "férias remuneradas" nos EUA, segundo o Jackson, para construir este caminho, hoje tão natural, de time mais conhecido na terra do Tio Sam. Sendo que as "férias remuneradas" não saíram de caixa ordinário do clube, afinal o Marketing nunca teve verba para trabalhar, todos projetos tinham os custos embutidos no orçamento, ou seja, partiam do zero-a-zero ou do lucro garantido. Nas viagens, e 2013 foi pródigo nisso, - eu sozinho viajei pra 5 países e 3 continentes - nem diárias de alimentação tínhamos. Tudo do nosso bolso pessoal. Mesmo assim ele era contra a ida do marketing pra essa intertemporada americana (que era marketing, né?) e também contra a transmissão do amistoso contra o Orlando City. "Eis uma área claramente associada com a Flusócio. Seu sucesso significa meu fracasso", provavelmente pensava o Chefe da Casa Civil do Fluminense "pois o clube todo tem que perceber que tanto faz o presidente ou a corrente política: eu sou a peça chave que faz tudo funcionar. Travo e libero. Crio a dificuldade pra resolvê-la".

Neste caso, ele tinha assegurado um dinheiro para pagar a re-transmissão local para o SporTV poder passar o amistoso. Era uma daquelas transações "príncipe da Nigéria". Você dava 5 mil (uma fortuna) para retransmitirem de lá e o SporTV pagava 35 mil pelos direitos de passar esse feed aqui. Saímos do Brasil com tudo acertado entre as partes. Show. Aí, um dia antes, eles retiraram a verba para nos derrubar de novo, presumo. O "marketing marajá", viajando pros EUA só na curtição e nada pra torcida. Mas... tem o fator "não desistiremos da oportunidade, pois amamos o Fluminense" que fazia a diferença. Tavam acostumados com muita gente que estava na melhor situação profissional DA VIDA e não ía largar aquele osso por vontade própria nunca. A gente preferia se fuder do que fuder o Fluminense e os alicerces que podiam sustentar um Fluminense forte. Graças ao relacionamento, e a genero$idade/(in)sanidade do Rodrigo Caetano, o ex-Diretor Executivo de Futebol tirou do bolso a verba e o amistoso passou ao vivo pro Brasil, enquanto nenhum outro clube aparecia na mídia.

Enfim, tudo isso (e muito mais) pra dizer que... estávamos cansados. Por isso em silêncio.

Nos últimos 30 dias anteriores a este eu fui e voltei pra China pra fazer o especial da volta do Conca, fui pra São Paulo por conta das filmagens do meu longa "A esperança é a última que morre", o qual comecei a conciliar entre as duas ocupações e por fim fui pra Bahia para o jogo final, onde esperávamos filmar um desfecho épico de permanência do Fluminense na série A. Talvez tudo se salvasse aos 48 minutos. Não seria a primeira vez. Talvez existissem conexões entre o título do meu filme e o time no Campeonato Brasileiro. Talvez o roteiro deste ano de muito trabalho bom e bem feito, pudesse ser avaliado assim, pois, no mundo da bola, independente do que você faça, o trabalho fora de campo é tão bom quanto a quantidade de bolas que entram.

Mas não foi o que aconteceu. Samuel fez o gol que precisávamos, nos olhamos com os olhos cheios d'água, mas logo o jogo acabou e era mentira o que algum filho da puta falou no meio da excitação; não tinha gol do São Paulo. O jogo contra o Coritiba tinha acabado. O Fluminense tinha sido rebaixado.

A porta do elevador está quase se fechando. Eu penso que a piscina vai cair muito bem. Tudo que quero é flutuar. A gravidade tá bem pesada.

Uma mão interrompe o cessar da porta.

"Opa!"

Parece o Sorin. E não é porque eu estereotipo as pessoas. Era um argentino e parecia muito o Sorin. Mas não era.

Ele olha para nossos uniformes. Reconhece o escudo. Óbvio. Começa a reverenciar.

"El Flu! Soy de Boca!"

Qualquer tricolor - metido como só - sempre se anima quando ouve isso. Mas tudo que ele tirou da gente foram cumprimentos via sobrancelhas e sorriso de boca fechada. Amigável, mas... sem papo, ok?

Ele pergunta como tá o Flu. Ele tá de sacanagem? Ok, lá vamos nós ter que dar uma zoadinha no freguês e entrar naquela batalha tão do futebol entre "presente" x "passado". Mas... não. Ele genuinamente não tem idéia do que se passa. Caiu de para-quedas. Pergunta se temos chance de título. Explicamos o que aconteceu, só para pensarmos de novo: como é possível isso acontecer, sendo que há 12 meses atrás éramos campeões brasileiros?! Jogamos Libertadores até as quartas! What the fuck?!

O argentino xeneize diz ao abrir a porta do elevador "No, no puede. Muy grande para eso!" e completa "Se fosse con Boca, la hinchada invadia la cancha! Matava los jugadores. No puede cair." ou algo que minha habilidade espanhola não permite escrever, dizendo enfaticamente que se o Boca tivesse a chance de cair ou vacilar feiamente, eles não permitiriam acontecer. Invadiriam o campo e terminariam o jogo. Uma espécie de "lalalala não to vendo! não to ouvindo! lalala" ou, pra ficar no campo tricolor um "pior pros fatos" Rodriguiano.

A porta se fechou, demos tchau. Encontramos a Mari e flutuamos na piscina noturna. Fizemos planos para que o Flu re-encontrasse partes do Brasil que há anos não frequentava (Sampaio Correa e ABC-RNl! Copa do Brasil!). Mal sabíamos que 48 do segundo tempo tinha se tornado "pouco" drama pra quem já viveu tanto disso. O gol (contra) do Flamengo e da Portuguesa, só entrou 48 horas depois quando foi descoberto que ambos haviam escalado jogadores irregularmente. O Fluminense não caiu.

Duas semanas depois, eu pedi pra não renovar meu contrato com o Flu. Tinha cansado daquela vida. Acho que não tinha mais nada pra contribuir e oxigenar seria bom. Fui me dedicar a ser roteirista apenas. Não estou mais no Fluminense, mas o Fluminense está sempre em mim. E uma lição que ele me ensinou é a sempre se levantar após caír. Tipo Rocky. Chin up, você não deve nada a ninguém.

15/05/2015. Vendo o que aconteceu ontem no superclássico Boca x River, penso no hincha do elevador. Penso que o Boca não caiu até hoje. Penso que ele não estava de brincadeira no que falou; os torcedores não vão deixar cair. Nem mesmo tropeçar. Penso também que, assim, eles estão deixando de conhecer a verdadeira grandeza de seu time. Penso que não é qualquer um que consegue se levantar. E levantar. E levantar. Penso que amo o Fluminense. E pra sempre vou amar.

quarta-feira, março 04, 2015

Tem uns sensos-comuns por aí que prestam um desserviço tão grande... 
Minha implicância da semana é com o "o inferno está cheio de boas intenções". Cara, no estado que o nosso mundo está, as pessoas deveriam levar em consideração a boa intenção sim. Somos seres humanos; parem de esperar que todo mundo seja perfeito e falem exatamente o que você acha que deveria ser dito e valorizem o que está tentando ser feito através daquela ação.
Vi que houve grupos que maldizeram o discurso da Patricia Arquette no Oscar porque ela não falou exatamente correto o que deveria ser dito. Argh. Ela poderia ter cagado pra isso, agradecido o agente dela, que garante contra-cheques altos (qual a diferença de um homem ganhar +x que ela, quando ela ganha mais do que o necessário de x's?) e pronto. Ela resolveu, da melhor maneira que conseguiu (eloquência e nervos no momento), jogar luz sobre um assunto importante, que raramente tem vez naquele determinado lugar. Não deveria ser elogiada por isso? Diferente dela, que "criou" algo do zero; há boa intenção em quem critica uma boa ação (independente de sua eficácia)?
É tudo muito complicado no ao vivo, na relação com o mundo, seja em uma conversa entre amigos, onde deslizes acontecem... imagina em frente à milhões de pessoas! O uso apropriado das palavras, os termos (politicamente) "corretos", o vocabulário adequado que está em constante mudança ...  mostremos mais compaixão! Quando alguém faz isso comigo, eu tento rapidamente tirar a pessoa da forca, talvez até "corrigir", mas entrar na piada e na boa aliviar o clima. A não ser que seja intencional a "ofensa", a pessoa não faz por mal... é tudo muito complicado e o ser humano está muito suscetível à ofensa nesses tempos. Mas tem gente que não; que parece que fala "Opa! Agora eu posso cobrar uma injustiça!" e se embui no papel de paladino da moral, com uma espécie paradoxal de "direito a resposta" (pra não dizer sessão de punição vexatória) em cima da ignorância desajeitada de alguém. Já escrevi sobre isso aqui e cada vez mais penso isso: não ensinemos nossos filhos a serem "críticos" e sim a serem gentis.

segunda-feira, março 02, 2015

Não sei a quanto tempo que venho batalhando contra a depressão. Talvez se analisar pode já ter aparecido antes (ou sei la, se nasce assim?), mas só a reparei/a aceitei há 5 anos, mais ou menos. É um sentimento tão devastadoramente vazio. Fico pensando o que é melhor; ser plenamente consciente desta patologia ou ignorante a ela. Ou; qual a diferença entre bosta e merda?
Acho que todo mundo que sofre deste mal tem essa impressão de que nada pode de fato curá-lo. E acho que não pode mesmo. Só terminá-la; morrendo. Mas morrer é estúpido. Então é apenas um grande e inútil saco. Talvez você administre ou até esqueça por alguns momentos. Mas o corpo/mente tem um jeito escroto de te cutucar e falar "just so you know; still here, not leaving. Ever".
E ainda tem as outras pessoas. Como é ruim envolver as outras pessoas. AIDS se não sabem a cura, sabem a causa. E nessa nossa necessidade humana de entender tudo, de fazer relações entre coisas (a gente liga tres pontos e faz formas humanas; fofo e patetico, nao?) não saber NADA é desesperador. Depressão simplesmente não sabemos NADA. Todo mundo é diferente. Os outros ficam vendidos sem saber como ajudar, e ai se cobram e se não internaliza e os aproxima deste sentimento de (auto)desprezo, acaba saindo pela culatra e virando cobrança com o depremido. É simplesmente um ciclo de destruição de tudo ao seu redor. Um furacão, onde o deprimido estâ no olho do furacão e quem não correr será sugado e arremessado.
É possível sim felicidade co-existir com depressão. Pra mim depressão é tipo um parasita. Ele está alojado em algum lugar, agindo sempre que dá (as vezes ate produtivamente). Mas vende-se o preto e branco. E aí os outros acham que não são bons o suficiente, que o que eles dão de "amor" nao é o suficiente. É, mas são registros diferentes. E ai so ficamos mais depres com tudo e os outros também e olha aí o furacão e....
É apenas MUITO cansativo.

domingo, fevereiro 08, 2015

Saudade daquela sensação de ir deitar sem se preocupar com quando acordar, com o dia de amanhã. E de dormir de tarde, de bobeira, vendo tv. E ninguém se importar - especialmente você mesmo não se importar - de estar "perdendo" tempo ao não fazer nada. Você tem sua vida toda pela frente. Tenho a sensação que estas sensações nunca mais vão voltar.
Talvez apenas a da tv a tarde.

terça-feira, janeiro 06, 2015

Essa vida é muito boa.
Mas o que é essa euforia? É felicidade ou é colateral de depressão/bipolaridade?
É o corpo humano ativando mecanismos de auto-defesa? Ou de auto-destruição? Quando que a chavinha vira de instinto animal para racionalidade humana?
Eu não sei e essa é a beleza. Aproveito enquanto sinto o que sinto, pois no final das contas sou muito pequeno; é sempre o sentimento que me possui e não o contrário.