quarta-feira, março 04, 2015

Tem uns sensos-comuns por aí que prestam um desserviço tão grande... 
Minha implicância da semana é com o "o inferno está cheio de boas intenções". Cara, no estado que o nosso mundo está, as pessoas deveriam levar em consideração a boa intenção sim. Somos seres humanos; parem de esperar que todo mundo seja perfeito e falem exatamente o que você acha que deveria ser dito e valorizem o que está tentando ser feito através daquela ação.
Vi que houve grupos que maldizeram o discurso da Patricia Arquette no Oscar porque ela não falou exatamente correto o que deveria ser dito. Argh. Ela poderia ter cagado pra isso, agradecido o agente dela, que garante contra-cheques altos (qual a diferença de um homem ganhar +x que ela, quando ela ganha mais do que o necessário de x's?) e pronto. Ela resolveu, da melhor maneira que conseguiu (eloquência e nervos no momento), jogar luz sobre um assunto importante, que raramente tem vez naquele determinado lugar. Não deveria ser elogiada por isso? Diferente dela, que "criou" algo do zero; há boa intenção em quem critica uma boa ação (independente de sua eficácia)?
É tudo muito complicado no ao vivo, na relação com o mundo, seja em uma conversa entre amigos, onde deslizes acontecem... imagina em frente à milhões de pessoas! O uso apropriado das palavras, os termos (politicamente) "corretos", o vocabulário adequado que está em constante mudança ...  mostremos mais compaixão! Quando alguém faz isso comigo, eu tento rapidamente tirar a pessoa da forca, talvez até "corrigir", mas entrar na piada e na boa aliviar o clima. A não ser que seja intencional a "ofensa", a pessoa não faz por mal... é tudo muito complicado e o ser humano está muito suscetível à ofensa nesses tempos. Mas tem gente que não; que parece que fala "Opa! Agora eu posso cobrar uma injustiça!" e se embui no papel de paladino da moral, com uma espécie paradoxal de "direito a resposta" (pra não dizer sessão de punição vexatória) em cima da ignorância desajeitada de alguém. Já escrevi sobre isso aqui e cada vez mais penso isso: não ensinemos nossos filhos a serem "críticos" e sim a serem gentis.