sexta-feira, junho 23, 2006

Balanço jornalístico da cobertura esportiva da vitória do Brasil em cima do Japão a partir das capas dos principais jornais:
Extra e O Dia - mesma foto (e o mais maneiro é que são mega concorrentes)
Jornal dos Sports e Expresso - mesma manchete ("Viva o gordo")

O Lance! também tinha uma foto igual só que um pouco mais de perto. E a gente perdoa porque foi onde saiu a melhor manchete. "Quanto vale ou é por quilo?"

segunda-feira, junho 19, 2006

A Espanha acabou de subir muitas posições no ranking dos países mais irados, porque o hino deles não tem letra. Só melodia!
Não sabia disso! Muito mais maneiro; que presunção querer botar em letra um sentimento tão nobre como o amor pelo seu berço, né?
Por meio deste, oficializo que a Espanha é a terceira nação mais irada do Planeta Terra.

sexta-feira, junho 16, 2006

Queria me chamar Benjamin e ter uma banda tipo The Bens

segunda-feira, junho 12, 2006

Muito curioso esse clipe da Hilary Duff, “Wake up”, dirigido por Marc Webb, que vem despontando para mim como um dos grandes novos nomes do video clipe – ele dirigiu o mais lindo do mundo “My Chemical Romance – Helena”.
A genialidade do diretor neste trabalho foi fazer a leitura certa do compositor desta música, que é um rock. Total. Só que formatado para ser cantado por uma teen celebrity (cantora? atriz? O que é Hilary Duff?). Guitarra civilizada, baixo e bateria altos, mas dentro do script marcando a parada, e uns synths pra saborear a canção com os vocais da menina.
E o que diz a letra? Diz que o que determina a música é quem canta e dá a ela sua subjetividade e sentimento/emoção. Que com essa mundialização, cada um se apropria de valores dos outros e bebe da fonte de um e camufla-se por outro, tudo pra chegar a um êxito duvidoso, às vezes até te enganando. Que os valores foram pra cucúia e é tudo falso e igual.
Ela, a “Lizzie McGuire”, coitada, caiu direitinho junto às suas fãs e não pescou a mensagem da letra que diz que cada hora está em um lugar. Entenderam isso como: “uau! Que vida agitada é a vida de uma pessoa popular como eu!”.
E esta é a dinâmica da Cultura de Massa mesmo, né? Não pecar nem pelo excesso de inovação – irritando o grande público – nem pelo excesso de repetição – irritando a galera “erudita”.
No clipe, Webb coloca Duff em vários cenários de festa pelo mundo e veste-a ligeiramente como “tipos” da música americana. Tem ela de Gwen Stefani, de Avril Lavigne, Madonna("strike a pose") entre outras. Repara só! É bem sútil, pra ela não perceber, mas está lá. Legal que o único momento no qual ela é ela mesmo é o começo do clipe, em casa, onde não tem que se ser nada, onde a música é composta porque ela deve ser. Os desvios de intenção vem depois, com "i put my make up on a saturday night, try to make it happen, try to make it alright". Aliás, nada mais natural ela namorar o cantor do Good Charlotte, é perfeito. Casal sem identidade, no meio do caminho.
adendo em 19 de junho: após ver mais uma vez, reparei (não sei como não vi antes)throughout the video a recorrente aparição dos DJs, símbolo clássico da apropriação da arte dos outros, né? É quase como se o clipe ecoasse o "Wake Up(acorde!)" da música, mas de maneira perversa. Na ponte da música, onde Hilary sussurra estas palavras, Marc Webb faz um chicote com todos os tipinhos encarnados pela cantora no clipe. Evidenciando isso tudo que eu falei.
Enfim, fiquei pensando se tava lendo muito em pouco, que não seriam capazes de fazer isso num clipe desses, quando ao fim do clipe veio a prova clara deste intuito. Hilary e as amigas estão vendo a banda que toca e o enquadramento faz questão de mostrar apenas os braços do batera e resto, em contraplano com as meninas. Mostrando que eles não aparecem, que este tipo não tem cara. Para coroar a música acaba e o público aplaude os operários do terceiro mundo!

Só pra estragar todo o post com citação ao Dead Fish!

domingo, junho 04, 2006

-- Fluminense X Goiás - Maracanã, 2ª rodada do Brasileirão 2006
Primeira jogo de futebol ao qual eu fui sozinho por minha conta. Minha mãe ficou preocupada. "Mãe, Flu e Goiás, segunda rodada...fala sério." Claro que pelo ineditismo fiquei preocupadinho, até deixei passar um ônibus que parecia cheio, mas nada demais. Mais adiante o 460 para e sobem pai e filho tricolores. Já no ponto final, esperando a fila de passageiros para descer eu pergunto pro filho:
"3x0 hoje, tricolor?" E o menino faz um "positivo" com o dedão.
Lá dentro, Flu vence por 1x0, gol de Petkovic cobrando pênalti, Flu ainda na liderança. Voltando para pegar o ônibus encontro os dois de novo e sou maneirão mais uma vez.
"ô tricolor! Foi só 1x0, tá me devendo dois gols, hein?"

-- Fluminense X Santos - Maracanã, 6ª rodada do Brasileirão 2006
Embora tenha ido ciceroneando um primo de Recife, considero um jogo ao qual fui sozinho, pois na ida e na volta não tinha companhia. Na passarela da avenida avisto pai e filho e acelero um pouquito tanto por medo de estar sozinho quanto pra bater um papo.
"pô tricolor, todo jogo que eu te encontro é 1x0!"
"e ainda foi gol contra"
"ué, mas gol contra também tá valendo, o importante é ganhar. Do mesmo jeito a gente ganha os 3 pontos, não é?"
Aí, alegres pelo reencontro, pela rotina que gera familiaridade, conversamos sobre times bons do nosso clube e a seleção brasileira. O filho tem uma memória incrível e lembra de jogadores toscos que eu queria me esquecer, como Yan. Papo vai, papo vem, o pai me convida para um churrasco que ele dará durante a Copa para ver o Brasil. Dá inclusive um cartão para que eu ligue para saber quando será. Seu nome é "Natal".
Liga lá e diz "Fala, sou o cara do 460!". Fiquei sem graça, em velhos tempos seria normal, havia pureza (me falaram isso), mas hoje de tudo se suspeita até inconscientemente; ele me ofereceu um "big bol" e eu recusei até a morte. Eles se despediram. Eu meio que torci para não encontrarmos mais e não tocar no assunto churrasco de novo. Fluminense lider.

-- Fluminense X Internacional - Maracanã, 10ª rodada do Brasileirão 2006
Terceiro jogo sozinho. Fluminense perde por 3x2. Subo no 460 e encontro Natal e filho. Ele espera um "ô tricolor..." e eu só dou um sorriso e um joinha. Silêncio. "Depois da copa, Gabriel e Denílson, hein?".
Natal não está para papo, o ônibus enche e não falamos mais muito. Será o fluminense que perde a liderança e vira 4º colocado? Ou são as barreiras antropológicas?
Depois da copa, no primeiro jogo que eu for sozinho, saberei.

sexta-feira, junho 02, 2006

Ultimamente venho meditando sobre a minha decisão de não mais ser ator. Porque é foda: todo mundo é bem melhor que eu em tudo. E nem é questão de competitividade, de querer ser o cara mais foda do mundo em determinado assunto, pois isso é irreal e eu também nem era o melhor ator da Terra. O lance é que, po, eu faço aula de piano há 3 anos e gente que nunca fez toca bem melhor que eu. E tenho certeza de que não desprenderam tanto tempo à prática do instrumento pra se desenvolver tão rapidamente assim. Nunca fui um ás do baixo, tampouco criativo em minhas linhas; fui até repetitivo. Não tenho voz pra cantar, não compunha maravilhosamente, pois não tenho conhecimento técnico nem capacidade de transpor minhas emoções do cérebro pro papel. Meu ouvido que eu achava ser bom é uma bela enganação -- talvez ele seja bom mas a peça que o liga ao cérebro não funciona bem.
Não sou um ótimo amigo. Achava que era um incrível namorado, mas já não acho mais. Não sei sobre configurações, não jogo bola bem, meu porte físico é ridículo, não sou bonitaço (já fui uma vez), não leio, por isso não escrevo e meu português é bem fraco e inglês idem. Nunca me dê uma conta em um restaurante, pois sairei com prejuízo de 30 reais.

Enfim, não tem nada que eu faça muito bem.

Podem, até para me consolar, dizer que eu é que não decido uma coisa pra me dedicar e fico pulando de lá pra cá - como já tentaram fazer - mas é mentira isso.
Podem também dizer que eu sou um all around, ou seja, faço mais ou menos (mais pra menos) tudo ao invés de me especializar em alguma coisa. Mas também é errado, porque a maioria desses exemplos, que são fundados pela observação que venho fazendo em pessoas próximas a mim de muito pra cá, apontam que eles são bem melhores em mil outras áreas. E, perdão, eu até acredito que você me ache bom em "x", mas acho que você tá errado.
Voltar a ser ator também não adianta porque, sim, eu vendo as fitas acho muito bom e natural, do jeito que eu acho que um ator deve ser. E isso acontecia porque era uma grande brincadeira para mim e aí entrava dentro do lance. O problema é que hoje em dia eu não conseguiria entrar na brincadeira de novo e naturalizar aquilo que não é real (o texto todo e suas intenções) e isso faz de mim um mau ator. Aliás, sendo crítico de minhas atuações, acho que meu último momento de brilho (bem forte, vale dizer) foi em Vira-Lata e depois minha atuação foi caindo bastante.
Também quero dizer pros cristãos que adoram demonstrar compaixão que não falo isso porque sou muito crítico. Nem venham com essa! E também que to sendo auto-depreciativo; só realmente acho que não sou muito bom em nada. Até porque não há nada de triste nisso, é coisa da vida. O mundo precisa de pessoas como eu.
Então, já que quem chegou aqui não tem nada pra fazer além de concordar com o que eu falei (e isso faz do texto totalmente não-interativo), deixo esta pergunta: o que vale mais? Fazer muito bem o que você não gosta ou fazer mal o que você ama?
Talk amongst yourselves