segunda-feira, abril 25, 2011

Parece que a grande aposta dos marketeiros da indústria do chocolate é fazer um ovo sinestésico (ou seria metonímico? Confesso que dei uma olhada na wikipedia). O que quero dizer é que eles replicam em seu formato o nome/espírito/formato original do "sabor" do ovo. Primeiro foram os ovos de time de futebol; até falei sobre eles aqui, não? Talvez tenha falado no Twitter. Não lembro. Enfim, eles, que eram fabricados pela marca Arcor, vinham em formato de bola redonda e não oval, como de costume. Tinham os gomos do "couro" e tudo. Irado.
Aí agora vi que o "Tartuguita" vem em formato de tartaruga e o "Bis" vem em formato de "Bis" gigante (achei meio ridículo)...
Pergunto: o "Batom" vem em formato de cilindro ou de cosmético?

sexta-feira, abril 22, 2011

Era uma cueca "du'Omo" (sim, acho péssimo) e ela tinha o poder de terminar coisas.
Sim, ela destruia situações. Término com a namorada? Estava usando-a. Desclassificação da Copa do Brasil? There it was. Dia "d", seu projeto não foi aprovado; por que usei logo essa cueca?
Mas tinha um lance: essa cueca me deixava gostosão. Casou direitinho com meu corpo e na baixa-auto-estima ficar se olhando no espelho com aquela cueca me fazia sentir o Walter Casagrande! Walter Casagrande é o jogador de futebol, né? Porque era ele a quem me referia.
Então eu tentei me usar daquela maldição, saca?
Tinha uma situação que tinha que acabar naquele dia? Encontro decisivo? Lá fui eu com a cueca... mas nem. Não rolou. Então chegou um momento que eu parei total de usá-la. Mas deu uma raiva da bicha e um dia (até tirei foto, mas apaguei) quando estava numa onda de me livrar de tudo que não servia mais, fui lá e tirei ela da minha gaveta, peguei a tesoura e CRINCH! (onomatopéia pra tesoura trincando o metal): cortei ela em vários pedaços. Joguei no lixo. Nunca mais a verei na vida. Nem ninguém mais.
True story.

terça-feira, abril 19, 2011

No diretório onde ficam as coisas do meu trabalho criei algumas pastas. Dentre elas, "Legal", onde ficam os assuntos de contabilidade, contratos etc. e "Criativo" onde ficam fotos, textos, vídeos e afins aos quais consulto/uso para fazer o trabalho em si. É sintomático como sempre que estou procurando a pasta Criativo, clico na Legal. Tipo aquele lance de internet old-school, onde você tinha que ler o que estava escrito e não a cor com a qual estava escrita (ou era o contrário?).
Conclusão: acho que tem alguma lição para ser apreendida nisso tudo aí.

sábado, abril 09, 2011

Amigos roqueiros,
este é um post meio fabitosway (em seu início) mas sem igual brilhantismo e genialidade.

Outro dia começou a cair uma ficha bizarra em mim de algo que já aconteceu, mas só percebi agora. O Rock não é mais o gênero número um. O Hip Hop tomou o lugar do Rock do mainstream. Não foi do dia pra noite, na verdade vem desde os anos 80, mas de 5 anos pra cá isto virou uma realidade insofismável. Qual música pop chupa estilisticamente o rock? Não rola. É tudo batidão, lirismo de rap(!) e coisas do tipo. Não tem cordas de aço, não tem solo, não tem tum-tum-pa, muito menos cha-cum-dum.

Os grandes artistas, os grandes produtores, as grandes atenções, enfim, o que importa: está no Hip Hop.

Engraçado que sabe como caiu essa ficha? Lendo uma entrevista do Jay-Z, que foi num show do Grizzly Bear e causou o maior furor. Ele se explicava "Nego meteu o pau no Kanye, porque ele disse que não ouve Hip-Hop em casa. Eu entendo ele. Eu adoro Grizzly Bear e me sinto muito inspirado pelo movimento Indie Rock. Espero que eles façam o que o Hip Hop fez pelo Rock". E eu: "nigga, is you crazy?! O que diabos o Hip Hop fez pro Rock?".

Continuando a ler a explicação, não tive como não concordar; com o Hair Metal e tal, o rock perdeu a ligação com as pessoas, que não viviam aquela idéia de roupa de couro, cabelos loucos. Aquilo não correspondia à realidade e assim surgia o hip hop, que falava sobre a vida real das ruas etc. Diz o "Jigga" que o Hip Hop obrigou o surgimento de um rock melhor e mais verdadeiro, citando o movimento Grunge etc. E depois ele seguiu dizendo como o Hip Hop está fazendo a mesma coisa, focando nos "bling blings", "carros", "mulheres" e se desconectando do seu 'core'. Mas não é sobre isso que quero falar, embora seja um tópico interesante. Eu acho, pelo menos.

Lá em cima, falei desta sedimentação definitiva do Hip Hop (ou decadência do Rock?) de 5 anos pra cá, porque ainda tinha uns 'bravos' no mainstream com algum pé no rock: Fall out boy, Nickelback, Hoobastank, All American Rejects... rolou uma febre The Killers, Bravery etc. Lembram? Sendo que a maioria tinha outras influencias também, puxando para outras fusões. Rock, rock mesmo, escrito com r-o-q-u-e, pouca coisa. A escala tinha sido invertida. Não era o RunDMC que colava no Aerosmith pra alcançar notoriedade. É o Rock que foi atrás do Rap pra fazer o NuMetal (Korn, Limp Bizkit, Linkin Park...). Mas ali o jogo ainda era equilibrado, ninguém percebia... E hoje em dia? Quem do rock tá aí relevante no mundo? Que lança disco e ganha airplay mainstream? Só quem já era relevante antes, as armas pesadas.

E é disso (ufa!) que vim falar, porque acho que o roque está striking back. Ou assim espero.

Chamaram as armas pesadas. Eu ia abranger e falar sobre o novo disco do Foo Fighters, que trouxe de volta o Pat Smear (que tá parecendo o Cheech, do Cheech and Chong), mas a verdade é que - apesar do novo single/video total colaborarem com a teoria -  não ouvi o disco todo. Mas deixemos aqui só a dica, ouçam/vejam "Rope". Mais tarde contextualizo.

Então vou falar só do que sei (e muito): o novo disco do R.E.M., "Collapse into now".

Amigos, só para ter noção, os que já papearam sobre R.E.M. comigo sabem do meu ranking e Collapse into Now, que estreou em 3 na Billboard e 1 no Itunes gerando muita positive review da crítica e dos fãs,  está no pelotão de cima deste meu ranking pessoal, o pelotão das obras primas junto com Fables of the Reconstruction, Lifes Rich Pageant, Automatic for the People, New Adventures in Hi-Fi e Up. E o disco é especialmente surpreendente considerando que os dois últimos discos são bem abaixo do resto da obra. O último, Accelerate, não é ruim, mas é meio triste. Tem umas músicas legais, mas é meio "caramba, vamos roquear! fazer uma mixagem altona pra mostrar que somos feras", não vem de dentro, sabe? É uma obra normalóide. E o "Around the sun", disco antes desse, então... Eu nem escuto, porque acho BEM fraco. Ok, ambos tem uma ou outra música bacaninha. Mas não é nem o caso de colocar pra ouvir.

Conectando ao tema, o "CiN" é um disco resumo do R.E.M. mas in a good way! Não é uma cópia de si mesmo. Mas é o R.E.M. fazendo os varios tipos de R.E.M. em excelentes momentos, com muita maturidade. Muito confortável em ser o que é, sem tentar ser algo, entende? Você gosta do Lifes? Ouve That Someone is You. Curte Document/Green era? Ouve Discoverer! E Automatic for the people? Uberlin (que acho que é top 10 músicas R.E.M. ever, que musica linda!). Curte a fase melancólica logo pós Bill Berry? Temos Every day is yours to win e Me Marlon Brando, Marlo Brando and I. New Adventures in HiFi? Walk it back! Temos jangly guitars (que o Peter Buck se proibiu de fazer) e arpeggios. Temos mandolin de volta, violão. Guitarra, bateria, baixo complicado e vocais mike mills. Progressões estranhas. Michael Stipe em ótima fase vocal, fugindo dos recentes gritos. Vozes melosas e bem gritadas. Músicas que terminam em Em.

Muito disso tem a ver com o momento da banda em si. É o último disco do famoso maior contrato da história da música: os 80 milhões por 8 discos com a Warner. Décimo sexto disco, quinto sem o Bill Berry, introduzidos no Hall of fame do Rock. 30 anos de banda. Onde tá a cabeça destes caras? Até assusta um pouco, porque você pode encarar como se fosse um olhar para a trajetória da banda, uma volta às raízes - não vai rolar turnê e ao invés de clipes, eles fizeram um "art film" pra cada faixa com diretores indies, só parada maluca - uma despedida para o fim da banda. E é assustador quando na última música, Blue, com mais uma participação de Patti Smith (tem Eddie Vedder, Peaches e Lenny Kaye no disco tbm), a música acaba e volta o riff da primeira música do disco. Meio full circle, conceito. Confesso que dá medo.

Mas é só impressão. Pra mim é um atestado de "estamos aí" e o único jeito de salvar o rock é usando a força centrífuga, correndo pro núcleo dele de maneira natural. Sem ter medo de ser o nosso cru. Não é "vou ser strokes". Mas estar despido de maiores intenções que não o estado de espírito que é o rock. Roqueiros são muito pretenciosos, se pararmos pra pensar. Lembro que a gente brincava que o Dave Grohl ia ser o novo Bono Vox. Paremos pra pensar que merda que é ser o Bono. O cúmulo do rockstar que se leva mais a sério do que devia. Não acho isso nem um pouco roque e acho que isso contribuiu muito pra isso tudo que falei lá no início deste longo papo de botequim.

Li o Peter Buck falar que eles aboliram metronomo desse disco, porque ele gosta, acha bonito no refrão, por exemplo, dar uma aceleradinha. Acha "dinâmica" e não "erro". E que a maioria ele tentou fazer em um take só. Ensaiar antes e mandar ver na hora. Pra não perder o frescor e a verdade. Vendo e ouvindo o "Rope" do Foo Fighters me parece isso também. O clipe é simples, os caras numa sala com luzes mexendo, estética VHS e uma música bem Foo Fighters. Guitarradas com bateria foda. Refrão grudento e bonito. Roque all the way.

Tomara que não seja impressão minha. Precisamos do roque! Nada contra o Hip Hop, eu dou razão: tem mais coisa legal de hip hop do que de roque hoje em dia... mas quem sabe, agora com ajuda de pesos pesados como esses, a gente não se coloca de pé de novo? Se esta foi a última contribuição (mais uma de inúmeras outras que o R.E.M. deu para a música em seus brilhantes 30 anos)... talvez tenha valido a pena!