terça-feira, junho 21, 2005

Crônicas de um Horizonte Belo:
Saímos do Rio às 7 horas e chegamos as 15 em BH. Deu pra durmir bastante (tava virado) e tomar um "tampico" na parada. O show era num lugar chamado Motor Chopper, em Contagem, que é outra cidade, assim como a Barra é, pois é tão perto que não merece ser chamado de outra cidade. Era um lugar tosco irado. Tinha dois andares que davam pro palco e na passagem de som tava tudo embolado estranhão. As guitarras e os vocais escondidaços. Acho que nego tava escondendo o jogo, porque na hora do show tava bonzão o vocal, mas em compensação meu baixo tava caidaço. Acho que não tinham jogado ele no PA.
O show foi foda, muito roque. Me rendeu um dedo indicador em carne viva! Nem parecia que a gente não tinha ensaiado nenhuma vez. Sério! Não rolou ensaio. O Invisibles não tem amor próprio e confiou que eu ía tirar tudo direitinho e que não precisaria de um ensaio pra tocar direitinho. Saiu tudo direitaço e muito fera, no gás. Consegui apagar/me redimir do fiasco do último Weezer Cover(foi mal mais uma vez, pra todos envolvidos!). Claro que não sou nenhum Rubinho, mas dei meus pulinhos, fiz minhas caras de "vocês são todos minhas putas!" (que é bem parecida com a minha cara de "sou um arauto do belzebu") e interagi com Tonificator, Fabuloso e Black Boy Pablo. Muita gente tava dando mosh até uma hora que estávamos tocando "Postcard" e na hora que a musica pára e vai pro solo o Fabio parou e perguntou "Perai...acho que alguem se machucou ali..ta tudo bem??" e aí os caras falaram que tava tudo bem e continuou de onde tava direitinho. Seria muito roque profissional se o cara não tivesse morrendo ali hehehe
Ganhei uma camisa "Invisibles are my favourite heavy metal band" e voltamos pra Rodoviária, porque fazia mais sentido perder 6 horas dormindo a caminho de casa do que dormindo longe de casa. Lá na estação resolvi subir até o segundo andar pra bater fotos deles sentados. Duas mulheres bem "colegas" vinham subindo e falando "Tira foto de mim!" e eu fingi que não ouvia. Aí uma delas, uma meio Kelly Key, passou por mim e falou, enquanto apertava meus pneus laterais "Tira foto desses homens feios não..tira foto de mim, Tchutchuco!"
E essa é a história de como fui molestado em Belo Horizonte!

Mas o mais maneiro é que a história não acaba por aí! Eu fiquei muito sem saber o que fazer na hora! Pensei em varias coisas, mas todas sem graça. Tipo "tira a roupa ai que eu bato!". Descendo a escada de novo, reparo que se aproximam de mim 3 policiais com walkie talkie e tal.

"ô, jovem...você tem permissão pra tirar foto?" - olhando pra minha câmera, já querendo tirar o filme!
"ahn? não..eu tava tirando foto dos meus amigos ali!" - e apontei pra eles que estavam de costas pra mim
"você tá com aquele grupo? precisa de permissão pra tirar foto em estação..." - ai ele se aproximou e falou baixinho - "mas se você me der esse cuzinho eu te alivio..."

TO ZOANDO!(nessa ultima fala) Mas ía ser bizarro se ele falasse isso ne?
Enfim, pedi desculpas e voltei pra perto deles que já estavam olhando e estranhando a situação. Pior que tirei foto da estação também...Chegando no onibus reparo quem sentaria no banco na diagonal do meu e do Fabio. As tchutchucas! Foram falando altão. Enfiei o Ipod na orelha e fui na paz. Atrás de nós tinha um policial. Na parada reparei e quem tava pegando o policial?!?! Kelly Key! Em outro momento reparei e parecia que ela fazia sexo oral nele, mas isso foi no meio de um sono louco, então posso ter visto coisas.
Pra finalizar...Não é que o Milton Neves tava certo?
Só dá Galo em Belo Horizonte! Todo lugar que eu via tinha um atleticano vestido com a camisa do clube! Só vi um mísero Cruzeirense que soltava pipa e quase decepou a cabeça do motoqueiro com o cerol! Então nem conta!
Semana que vem é abrindo pro Ratos de Porão em Barra Mansa, onde ,reza a lenda, só tem maluco.

quinta-feira, junho 16, 2005

Ouvindo ontem o "Bedtime Stories" da Madonna - depois de muito tempo sem fazê-lo - atentei a um fato interessante: não se faz mais esse tipo de música.
As músicas pop de hoje em dia enveredaram por outra vertente, diferente do que foi predominante nos anos 90. Elas agora, figurando ou não no topo das paradas de sucesso, primam pelo stacatamento de uma tecnologia inorgânica e não pela harmonização de grandes melodias. A grandiosidade dos vocais misturada com simplismo instrumental que dava gentis e pontuantes toques deu lugar para o desenvolvimento de uma mecanização excessiva dos instrumentos que ficam, deste jeito, sem alma. Parece ser mais individual do que outrora.
Ao passo que é interessante pelo fato de ser um "bom som", falta um pouco de identidade, de amor, de divino no profano. Música além de pensada tem que ser sentida. Enfim, intelectualizaram demais, eu acho. Havia muito mais charme no charm. Seus bailes, seus artistas; sua década, os anos 90. Sua rainha, Brandy!
Pra onde foi o Charm? Volte!