quarta-feira, dezembro 28, 2005

Passado o tempo natural de afastamento, desligamento e de meditação necessária para um melhor julgamento, cá estou eu para falar sobre o Campeonato Brasileiro de 2005.
(Natália agora parou de ler o post)
Fica complicado entrar naquela história de foi merecido ou não o título do Corinthians, fica mais fácil discutir como ele foi ajudado, como deram de bandeja o título para ele. Discordo em gênero e número que Tévez tenha sido o craque do campeonato; também não foi Petkovic. Seu nome é Luis Zveiter. Ele, quase que singlehandly e em apenas uma jogada, levou o Timón ao tetra-campeonato.
Não vou discutir se foi correta a anulação e repetição dos jogos; não porque não interesse à discussão, e sim porque eu até hoje não formei uma conclusão e/ou adotei um lado quanto a isso. Mas com certeza, num mundo como o de hoje, onde todos os especialistas bocós falam sobre como o esporte profissional requer acompanhamento psicológico, foi de EXTREMA irresponsabilidade o jeito como o dito cujo soltou a notícia de que os jogos seriam anulados e com isso os pontos adquiridos nesses jogos.
Vocês se lembram? Era domingo, a semana inteira a imprensa vinha botando fogo, dizendo "Flu X Inter - a final antecipada", "o jogo do campeonato", etc. No país o burburinho geral era que "domingo teremos um jogaço que vai dar para o vencedor uma boa distância rumo ao título".
De manhã cedo, Zveiter convoca a imprensa e em estilo "Plantão" corre aos quatro cantos a notícia de que os jogos haviam sido anulados. Imagine os jogadores dos times deste jogo supracitado; dormiram para jogar pela liderança e (entre muitas aspas) o "campeonato" e acordaram para um jogo que valia a "chance de poder lutar pela liderança e campeonato". Já o time do Parque São Jorge 3 pontos atrás de ambos, passou a estar 2 à frente. Entrou em campo contra o Brasiliense (então entre os rebaixados) e - graças a péssima atuação do goleiro Eduardo, pois até então o Corinthians vinha aos trancos e barrancos - venceu por 3x2, passando a ficar 5 pontos na frente. Você entendeu a matemática? Em algumas horas pulou de 2 atrás pra 5 na frente!
Não poderia o juiz - que adora aparecer e punir jogador que ao fazer um gol dá banana pra sua torcida num momento de raiva e alívio - esperar até o dia seguinte, para ao término da rodada (e com tempo suficiente para a assimilação)divulgar tal notícia? Melhor ainda: o correto não seria somente trocar na tabela após a repetição dos jogos? Ele não usou da cautela, quis logo livrar o dele para não ficar feio na foto.
Se o futebol brasileiro é tão profissional como a imprensa do oba-oba gosta de falar que é; isto foi um grande tropeço. Não é desculpa para o meu time ter perdido as rédeas, mas é notável como foi um golpe anunciado que se concretizou na derrota para o Universidad Católica do Chile na Sul Americana. O Inter ainda conseguiu se segurar, encostar no fraco(porém embalado - você não embalaria?) Corinthians e viu o cavalo passar duas vezes mas não montou. O resultado foi esse. Fico feliz que Luis Zveiter não mais esteja no comando do STJD.
Apesar de tudo foi um bom ano para o Fluminense. Foi o melhor time do Flu que eu vi jogar em minha vida. Queria que fosse adotada essa filosofia de futebol pra sempre no Flu. Um futebol elegante e vistoso, sempre pra frente.
Mas com certeza, não tenho dúvida; Inter e Flu eram melhores times que o Corinthians. Sigo firme ao lado da minha teoria que nem sempre o melhor time é o que mais ganha.
Que 2006 seja melhor!