domingo, julho 30, 2006

Findo o "Ídolos", sinto-me a vontade para fazer meus reclames quanto a versão tupiniquim de "American Idol". Bom, primeiro quero dizer que, diferente da maioria, não tenho problemas com os jurados. Nego quer o que? Clone do Simon, Randy e Paula? Não dá. I'm ok with them. Também não tenho problema com o nível dos candidatos. Quero lembrar que para cada Elliott Yamin tem três Carrie Underwoods e que a tendência - que deve se repetir na versão brasileira - é de a cada temporada afunilar e entrar os melhores dos melhores.
O que pra mim tá muito errado passa mais pelo jeitinho brasileiro embuído ao reality show. Ta faltando uma outra espécie de "profissionalismo", mais pragmático americano mesmo, já que em termos de logística e estrutura o programa deu um banho e fez tudo certinho, copiando o irmão mais velho(ha! Big Brother!).
Por exemplo: galera, NÃO rola da apresentadora chorar quando os caras vão embora! Não é ético, é constrangedor e não faz sentido também. Os jurados podem se emocionar, o apresentador não. No último episódio, esta 'intimidade' chegou ao ponto de Leandro, o vencedor da primeira edição, cantar pela primeira vez seu (até então) inédito primeiro single e aí rola uma tomada dele junto à apresentadora que cantava junto, sabendo de cór a letra. Não pode, cara! Não é brincadeira, camaradagem; é um trabalho no qual ela tem que ao máximo ser o pilar da sobriedade e imparcialidade. Uma outra coisa menor é o fato de quando os caras se despedem da competição irem abraçar a equipe que fica mimicando uns "to contigo, irmão", "tu é o cara" e "brigado por tudo".
Estes são problemas de direção e ao meu ver se solucionam facilmente. Simplesmente dê a ordem para os apresentadores se retirarem do palco quando rolam as apresentações. Até por ordem de poder dar direções para eles sobre tempo e lalala. E não custa nada falar com os próprios participantes e equipe pra deixar a confraternização para depois.
Como diretor, também daria a ordem expressa de os candidatos ouvirem as críticas e depois voltarem calados para a mini entrevista com os apresentadores. Não da pra eles ficarem "Valeu, PavunA! Brasil! Amo vocês!".
O fato dos dois apresentadores serem retardados a gente releva, pois parece que aqui no nosso país ta virando pré-requisito (a MTV então...) e reparei que eles eram hopeless quando do episódio onde a tal da Ligia quase bateu numa candidata a ídala falando "não chora! Ídolo não chora!". Por último, tem a questão de sermos tão pobrinhos. Não sei se isso dá pra ser consertado, mas vamos lá. Na grande final, os apresentadores anunciam uma "grande surpresa" para os finalistas Lucas e Leandro. "É um super laptop do Carrefour!". Os representantes da rede de supermercado entram no palco e dizem estar felizes de participar do evento e os dois aspirantes a ídolo estão genuinamente felizes! Mais tarde tem o prêmio "Seda despenteia" anunciado com pompa e música e iluminação para Osnir, terceiro lugar da competição. É...um... "super convite pra conhecer Zezé de Camargo e Luciano!"
Cara, não é Gugu, sabe?