Dois exemplos de picaretagem recentes no Jornalismo.
Primeiro a matéria escrita por Bruno Porto no Megazine. Sem problemas ele fazer matéria sobre Dibob e Engaubela, pois é uma pauta mesmo. Mas, po...essa última aí foi o fim da picada. Garotas de um bairro, de uma zona da cidade, que ouvem a banda tal e que acham maneiro falar uma gíria. Gíria esta, que elas dizem ter ressucitado(ok, e eu sou o criador da gíria "fera"). Minha pergunta é: quem se importa, cara?
Legal, no entanto, assim como essas meninas, existem mil outros grupos de amigos (ou o que seja) por aí que ouvem x música, frequentam y lugar e tem z filosofia de vida. Então, meu ponto é: qual a relevância da escolha desse grupo? Será que não há nada por trás pra escolher eles? Será que não existe grupo de 4 meninas que, sei lá, faz algo mais útil, tipo campanha pra doação de sangue? Não é nem questão de ser útil, mas é algo mais relevante pra se publicar. Jornalismo é compromisso, é um veículo pra ser usado pra mudança.
No overall a impressão que é deixada é que é um encarte da Lanho pra vender um estilo de vida através das meninas que são enaltecidas na matéria: pro leitor ir lá e comprar.
Eu gosto dos Dibobs, conheço uma das meninas da reportagem(que nem é, ou parece, muito o que a matéria fala), etc. mas acho falta de vergonha uma matéria assim; tá mais pra publicidade que jornalismo.
O outro exemplo é o Rafa da MTV que fez uma matéria na qual aprendia a tocar Sítara. A reportagem mostrou o VJ botando a "palheta" em seus dedos e sentindo dor e tocando Satisfaction e depois querendo tocar um rock, enquanto o professor balançava a cabeça de brincadeira. E aí? O que me importa ver o Rafa aprendendo a tocar Sítara? A única informação que tentaram passar foi através dessa frase "putz, cara, o George Harrisson dos Beatles que tocava Sítara, né?". Por que não contar a história do instrumento, contar do que ele é feito, quem usa ele, ao invés de ficar vendo o mongo lá batendo nas cordas. Parece que Rafa falou "ai, bora fazer uma matéria, porque eu quero dar uma tocadinha numa Sítara!". Não o culpo, pois deve ser irado mesmo, mas, tanto neste caso quanto no supracitado, o Editor deveria entrar em ação e tentar direcionar um assunto que é irrelevante pra grande maioria de um jeito que ele fique acessível, relevante e até irremediável.